domingo, 23 de dezembro de 2007

Boas Festas


Desejo, do fundo do coração, um excelente Natal a todos os nossos leitores (se os temos) e também a todos os colaboradores do projecto Oficina da Escrita Criativa.
Espero também que o próximo ano traga mais movimento e actividade a este grupo e a este blog.


Cumprimentos,
João Pais

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Um encontro, uma vida




Num dia de chuva, em que, pela janela do meu quarto conseguia ver a tristeza na cara das pessoas que iam correndo pela rua para fugirem da chuva pensei para mim.
Que tristeza de dia…. Porque é que tem de ser sempre assim nos dias mais felizes da minha vida?!
Virando costas à janela depois de fechar os cortinados tentei ao máximo alegrar-me.
Sai para a rua e numa correria desenfreada, chego cansada à estação de comboios. Compro o bilhete da viagem com os poucos trocos que tinha no bolso, e sentei-me esperando que chegasse o comboio que me levaria ao destino.
Sem reparar sentei-me perto de um homem alto, esguio e que pela cara que trazia, não sei se pelo dia de chuva se já por ser assim, tinha uma cara preocupada, tímida até.
Como estávamos só os dois na estação, sem vivalma se avistar tentei pôr conversa. Sem sucesso.
O relógio da estação marca onze horas e de um momento para o outro a estação fica cheia de gente que se julgava atrasada para apanhar o comboio que os levaria ao destino de férias. As tão esperadas férias de natal.
Um barulho imenso enche toda a estação, que mesmo sendo ao ar livre, fica cheia, como se dentro de uma redoma se encontrasse.
Mais uma tentativa de começar uma conversa amigável com o meu companheiro de banco me passa pela cabeça e ao dirigir-me para ele reparo que ele estava a olhar para mim atentamente, como se de algum E.T se tratasse, deixando um pouco atrapalhada.
Viro o olhar para o outro lado, tentando recompor-me do susto. Pelo canto do olho volto a mirar aquele homem estranho, e de um momento para o outro reparo que o homem ria-se da minha feição de assustada. Ao ver aquele sorriso, automaticamente dirijo-me para ele como se já o conhecesse há muito tempo.
Iniciamos uma conversa simpática e bastante divertida. A certo ponto, começamos a falar do nosso destino de férias e como por coincidência reparamos que vamos ambos para o mesmo local. Tratamos de combinar encontrarmo-nos durante a estada na serra.
Chegado o nosso comboio, sentamo-nos juntos como se juntos tivéssemos chegado à estação e voltamos a rir.
Sem darmos conta, encontramo-nos na serra todos os dias e de um simples encontro numa estação de comboio, travamos uma grande amizade.
Finalizadas as minhas férias, combino um último encontro com ele, pensando que ele terá mais tempo de descanso. Mas não. Para ele as férias também estavam a terminar.
Eu sigo viagem no comboio anterior ao dele e de um momento para o outro lembro-me que nos esquecemos, no meio de tanto encontro, de trocar contactos, para nos voltarmos a encontrar.
Chego triste a casa. Reparo que nada mudou enquanto estive fora. Tudo continua na mesma, a mesma pacatez, as mesmas pessoas. Tudo estava igual.
Numa manhã normal de trabalho, ao sair de casa, choco contra um vizinho e sem olhar para a sua cara peço desculpa. Mas ouço um sorriso familiar. Ao ouvir aquele sorriso olho rapidamente para a cara do meu vizinho e reparo. Era o mesmo homem que tinha passado as férias comigo na serra. Saímos juntos e começamos a falar de como é que nunca nos tínhamos encontrado antes daquela mítica semana de férias. Entramos num café confuso, cheio de pessoas e muito barulhento e sem trocarmos uma única palavra saímos do café entrando num outro, um pouco mais requintado.
Ao entrar, uma das empregadas dirige-nos para uma grande sala de estar, cheia de sofás, cheia de luz, mas uma luz tão suave que criava um ambiente bastante acolhedor.
Sentamo-nos juntos e num trocar de olhares, sentimos que estamos a ler os pensamentos um do outro.
Nessa mesma altura lembro-me da minha viagem de comboio, e a primeira coisa que me sai da boca ao fim de um tempo longo apenas de troca de olhares, é pedir-lhe os seus contactos, rindo-me em seguida por me lembrar que o tinha encontrado num corredor do mesmo andar, do mesmo prédio.
Ao fim de meses de encontros e desencontros notamos que já não conseguimos passar um dia um sem o outro e sem darmos conta começamos a viver juntos.
Com um simples encontro numa estação de comboios, se inicia uma relação fantástica.

Sítio da APEL


ESCRITA CRIATIVA


Para os fins considerados como convenientes :-) , aqui vai o sítio da Asssociação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Capítulo 6, O Estilo Literário


[A ESCRITA dos SENTIDOS]


O Estilo Literário


Capítulo 6 - terça-feira, 4 de Dezembro, 10.10
STIC2

Il postino, ou o Mundo como metáfora

Oficina de Escrita Criativa
[A Escrita dos Sentidos]