terça-feira, 6 de novembro de 2007

Apetecia-me estar junto ao mar



Apetecia-me estar junto ao mar.


Com o rosto virado para as ondas e saborear todos os seus aromas e cores. Se a visão do mar me provoca intensas memórias, o cheiro do mar prolonga os meus sentidos: os dias de praia com os meus pais, a minha irmã agarrada à minha mão com medo que a água a engolisse, o dia em que me perdi (ou fui perdido, pois foi um acto passivo), num areal pejado de gente, tinha eu somente 3 anos, os dias de invernia em que, de cara à chuva, eu queria tão somente sentir que, para além do mar, havia um infinito.


Apetecia-me estar junto ao mar. Para fechar os olhos e descansar. Para me esquecer que, do cheiro a algas, a sal e a imensidão, só me resta o meu after-shave.


fjr


3 comentários:

João Pais disse...

O mar reserva uma quantidade de mistérios! É incrível como consegue ser um receptáculo de memórias que de vez a vez, desperta em nós sentimentos de melancolia, mas tão aconchegantes!

Abraço

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Por vezes também só me apetece estar junto ao mar, seja a que horas do dia for... é um confidente, um amigo, um ser da natureza que me "preenche as medidas"...

O seu texto está tão bem escrito, que quando o li só me apetecia estar junto ao mar ouvindo o seu cantar...

beijos