O tacto mistura-se com os outros sentidos.
Vemos aquilo que não sabemos o que é, através de um toque com a ponta dos dedos. Quando "activamos" o tacto, logo o cheiro também nos aparece.
Mas, sobretudo, surgem, dentro de nós, os sentidos misturados, e por vezes ambivalentes, de querer partilhar com os outros um simples aperto de mão. E saborear a vida.
Rugoso. Tingido. Frio. Textura. Escuro. Rolar. Percorrer. Olhar. Acariciar. Demorar-se. Sentir. Falhas. Regos. Metálico. Anavalhados. Sulcos. Mão direita. Parede. Areia. Mesa. Manter-se. Mão esquerda. Suave. Olhos. Dedos. Nariz. Agarrar. Abraçar. Beijar.
Temos medo. De tocar na mão de um "outro". De olhar nos olhos. De sentir no olhar o aroma e o tacto de madeira aveludada.
Somos frios. Mesmo nos dias de muito calor. Metálicos. Doridos. Dizemos palavras como quem manda punhais. Seria tão bem mais fácil dar um abraço e sentir que vale sempre a pena começar outra vez.
fjr
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